Constipação Intestinal: Uma Visão Integrativa para um Problema Muito Comum
A constipação intestinal, comumente conhecida como prisão de ventre ou intestino preso, é uma das queixas gastrointestinais mais comuns e se não tratada adequadamente, pode levar a complicações sérias. Não se trata de uma doença em si, mas de um sintoma que pode ser indicativo de diversos problemas de saúde e ignorá-lo pode resultar em sérios problemas como hemorroidas, fissuras anais, doença diverticular do cólon, e até impactação fecal, onde as fezes endurecidas causam obstrução intestinal.
O sintoma principal é o endurecimento das fezes, acompanhado de esforço para evacuar ou a sensação de evacuação incompleta, algo que pode perdurar por pelo menos três meses.
Este artigo visa conscientizar sobre a importância de tratar a constipação e adotar uma abordagem funcional e integrativa para prevenir consequências mais graves.
Impacto da Constipação na Qualidade de Vida
A constipação pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de uma pessoa. Os efeitos vão além do desconforto físico, incluindo:
- Impacto Emocional: Pode levar a sentimentos de ansiedade e frustração.
- Limitações nas Atividades Diárias: O desconforto físico pode restringir a participação em atividades sociais e de lazer.
- Problemas de Sono: A dor e o desconforto podem perturbar o sono, levando a um ciclo de fadiga e estresse.
- Efeitos no Trabalho e na Produtividade: A constipação pode resultar em dias de trabalho perdidos e redução na eficiência.
- Autoestima e Imagem Corporal: Problemas digestivos crônicos podem afetar negativamente a percepção que uma pessoa tem de seu corpo e saúde geral.
- Risco elevado de evoluir para outras doenças.
Reconhecer o impacto abrangente da constipação é crucial para adotar uma abordagem mais holística e compreensiva no tratamento e prevenção.
Quem São os Mais Afetados e Por Quê?
Grávidas, crianças e idosos são mais suscetíveis à constipação devido a fatores como alterações hormonais, dieta menos variada ou problemas de mobilidade. Nas grávidas, o aumento dos níveis de progesterona relaxa os músculos do intestino, diminuindo a motilidade. Crianças e idosos, por sua vez, podem ter uma ingestão insuficiente de fibras e líquidos, além de menor atividade física.
Principais Causas de Constipação
A principal causa da constipação é a alimentação inadequada, pobre em fibras e líquidos, excesso de proteína animal, de alimentos industrializados e de chocolate. Além disso, os seguintes fatores desempenham um papel significativo:
- Sedentarismo;
- Resistência em atender ao chamado natural para evacuar;
- Alguns medicamentos, como analgésicos, anti-inflamatórios, alguns antidepressivos, anti-hipertensivos e diuréticos, anti-histamínicos e grande parte dos laxantes;
- Excesso de vitaminas, como ferro, cálcio, antiácidos, principalmente os que contêm cálcio ou alumínio;
- Alterações do metabolismo (hipotireoidismo);
- Doenças do cólon e do reto (doença inflamatória intestinal;
- Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa;
- Hemorróidas;
- Fissura anal;
- Câncer colorretal;
- Estresse, depressão, ansiedade, diabete, lesões neurológicas.
Sob a visão da medicina funcional integrativa, estes fatores emocionais e psicológicos, como o nível de estresse e ansiedade, podem afetar diretamente o sistema digestivo, alterando o funcionamento intestinal. Gerenciar o estresse e a ansiedade é crucial para o tratamento eficaz da constipação.
Diagnóstico da Constipação
É importante entender que a frequência ideal de evacuação varia de pessoa para pessoa. Alguns podem precisar três vezes ao dia, enquanto outros apenas três vezes por semana. Para saber se você está constipado, observe se há esforço excessivo, dor ou desconforto ao evacuar, fezes consistentemente duras / ressecadas ou a sensação de evacuação incompleta. Esses são sinais claros de que algo não está bem.
Com a diminuição da frequência evacuatória, há maior absorção de água pelo intestino grosso, ressecamento e endurecimento das fezes e dificuldade para evacuar, muitas vezes com sensação de esvaziamento incompleto dos intestinos, dor abdominal, anal e até sangramento ao evacuar ou ainda desconforto, distensão abdominal, mal-estar, gases e distúrbios digestivos.
Sintomas de alarme devem ser investigados com urgência por um médico: fezes ressecadas muito finas, com aparência em fita, com sinais de sangramento, emagrecimento sem causa aparente ou ainda parada de eliminação de gases e fezes.
Para um diagnóstico preciso da constipação intestinal, é essencial realizar uma avaliação multifacetada. Inicialmente, uma anamnese detalhada, exame físico e uma série de exames laboratoriais, incluindo hemograma completo, glicemia, TSH e T4 livre, cálcio, PTH e alguns exames de fezes, são fundamentais. Em situações específicas, exames de imagem como colonoscopia, análise do tempo de trânsito das fezes, enema opaco, defecograma e manometria anorretal podem ser necessários para um entendimento completo da situação.
Na medicina funcional e integrativa, a avaliação do estilo de vida do paciente, bem-estar emocional e análise profunda do histórico pessoal e familiar são extremamente importantes. Esta abordagem aprofundada nos permite compreender não apenas os sintomas físicos, mas também os fatores emocionais e psicológicos que podem influenciar a saúde digestiva.
Critérios de Roma Para o Diagnósticos da Constipação Funcional1
Segundo os Critérios de Roma IV, produzidos pela Rome Foundation e baseados em evidências científicas e na especialização clínica de um grupo de especialistas internacionais em gastroenterologia, para um diagnóstico preciso da constipação funcional, é essencial atender a dois ou mais dos seguintes critérios**:
- Esforço durante mais de ¼ (25%) das evacuações.
- Fezes em grumos ou duras (Escala de Forma de Fezes de Bristol 1-2) em mais de ¼ (25%) das evacuações.
- Sensação de evacuação incompleta em mais de ¼ (25%) das evacuações.
- Sensação de obstrução ou bloqueio anorretal em mais de ¼ (25%) das evacuações.
- Manobras manuais para facilitar mais de ¼ (25%) das evacuações (por exemplo, evacuação digital, apoio do assoalho pélvico).
- Menos de três evacuações espontâneas por semana.
- Fezes soltas raramente estão presentes sem o uso de laxantes.
- Critérios insuficientes para a síndrome do intestino irritável.
*Os critérios devem ser atendidos nos últimos 3 meses com o início dos sintomas pelo menos 6 meses antes do diagnóstico.
**Para estudos de pesquisa, pacientes que atendem aos critérios para constipação induzida por opioides (OIC) não devem receber um diagnóstico de constipação funcional devido à dificuldade de distinguir entre os efeitos colaterais dos opióides e outras causas de constipação. No entanto, os clínicos reconhecem que essas duas condições podem se sobrepor.2
Este diagnóstico abrangente é fundamental para compreender a natureza específica da constipação de cada paciente, permitindo um tratamento mais direcionado e eficaz.
Tratamento Integrativo para a Constipação
O tratamento, portanto, transcende as mudanças dietéticas e de estilo de vida, como aumentar a ingestão de fibras e líquidos e a prática regular de atividades físicas. Inclui também estratégias amplas para gerenciar o estresse, melhorar a qualidade do sono e promover um equilíbrio mais efetivo da saúde mental. Acreditamos que o bem-estar geral é um pilar fundamental para o funcionamento ótimo do corpo, especialmente do sistema digestivo. Essa abordagem integrativa e funcional visa não só tratar, mas também prevenir futuros problemas de saúde relacionados à constipação intestinal, assim como à todas as doenças crônicas influenciadas pelo desequilíbrio no eixo intestino cerebral.
Mudanças no Estilo de Vida para Prevenir Constipação
A prevenção da constipação vai além da dieta e envolve mudanças no estilo de vida que promovem um bem-estar geral. Estas incluem:
- Exercício Regular: A atividade física regular ajuda a estimular a motilidade intestinal, na regulação da produção de hormônios e neurotransmissores e ainda na destoxificação
- Hidratação Adequada: Beber água suficiente é essencial para evitar fezes duras e secas.
- Rotina de Evacuação Consistente: Estabelecer um horário regular para ir ao banheiro pode ajudar a regularizar o movimento intestinal.
- Reduzir o Consumo de Álcool e Cafeína: Ambos podem desidratar e piorar a constipação.
- Dormir o Suficiente: O sono inadequado pode afetar negativamente o sistema digestivo.
Essas mudanças não apenas previnem a constipação, mas também contribuem para um estilo de vida mais saudável e equilibrado.
Gestão do Estresse e Alívio da Constipação
Como mencionado acima, o estresse pode impactar negativamente a saúde digestiva. Além do estresse físico e emocional consciente, que é facilmente notado no dia a dia, como o trânsito, a violência, as contas a pagar, o excesso de trabalho, e outros, é crucial abordar o estresse subconsciente, causado pelas crenças que adquirimos em relação a nós mesmos e às nossas interações com o mundo, bem como nossos vínculos familiares. Este tipo de estresse, muitas vezes não reconhecido, pode afetar nossa saúde física e emocional. Em muitos casos, as pessoas vivenciam pressões internas para cumprir com as normas e expectativas familiares, o que pode levar a um estado crônico de tensão e ansiedade. Essas dinâmicas familiares complexas, que frequentemente se manifestam em padrões repetitivos ao longo de gerações, necessitam de um entendimento mais profundo e, muitas vezes, de uma abordagem terapêutica para aliviar a carga de estresse que elas impõem. Reconhecer e abordar essas camadas de estresse é fundamental no tratamento da constipação, pois o bem-estar emocional e psicológico está intrinsecamente ligado à saúde digestiva. Práticas como automassagem, atividades de lazer, meditação, yoga, psicoterapia, ativam o sistema nervoso parassimpático, promovendo bem estar, descanso e melhora na digestão.
Dentre as causas mais comuns do estresse consciente, podemos incluir:
- Pressão no Trabalho: Prazos apertados, excesso de trabalho ou ambientes de trabalho desafiadores.
- Problemas Financeiros: Dívidas, preocupações com dinheiro e planejamento financeiro.
- Relacionamentos Pessoais: Conflitos com parceiro(a), amigos ou familiares.
- Trânsito e Deslocamentos: Tempo gasto no trânsito ou em longos deslocamentos diários.
- Saúde Física: Preocupações com doenças, lesões ou condições crônicas de saúde.
- Gestão do Tempo: Dificuldade em equilibrar responsabilidades e atividades pessoais.
- Notícias e Eventos Atuais: Estresse causado por eventos globais, políticos ou sociais.
- Pressões Sociais: Necessidade de se encaixar ou cumprir expectativas sociais.
- Tecnologia e Conectividade: Sobrecarga de informações e constante conectividade digital.
- Preparativos para Eventos Especiais: Planejamento de eventos como casamentos, festas ou viagens.
E entre as causas subconscientes do estresse, podemos citar:
- Traumas Infantis: Experiências negativas na infância que continuam a afetar emocionalmente na vida adulta.
- Crenças Limitantes: Ideias internalizadas sobre si mesmo e suas capacidades que restringem o crescimento pessoal.
- Medos Inconscientes: Medos profundos e muitas vezes não reconhecidos, como o medo de rejeição ou fracasso.
- Conflitos Internos: Lutas internas entre diferentes aspectos de si mesmo, como desejos versus responsabilidades.
- Problemas de Relacionamento não Resolvidos: Questões emocionais pendentes com familiares, amigos ou parceiros.
- Expectativas Familiares: Pressão para cumprir padrões ou expectativas familiares não alinhados com desejos pessoais.
- Identidade e Autoimagem: Desafios na autoaceitação e no amor próprio.
- Repressão de Emoções: Supressão de sentimentos como raiva, tristeza ou decepção.
- Luto e Perdas: Processo subconsciente de luto por perdas não resolvidas ou não reconhecidas.
- Estresse Ambiental: Efeitos cumulativos de fatores ambientais estressantes, como poluição ou ruídos constantes.
O estresse tem um impacto significativo na constipação, afetando o sistema digestivo de várias maneiras, e os principais mecanismos pelos quais o estresse pode levar ou agravar a constipação incluem:
- Alteração do Movimento Gastrointestinal: O estresse pode alterar a motilidade gastrointestinal, ou seja, a maneira como os alimentos se movem pelo trato digestivo. Em algumas pessoas, o estresse aumenta a motilidade, levando a sintomas como diarreia, enquanto em outras, pode retardá-la, resultando em constipação. Essa variação depende, em grande parte, de como o sistema nervoso autônomo de cada indivíduo responde ao estresse.
- Impacto no Sistema Nervoso Entérico: O trato gastrointestinal possui um sistema nervoso próprio, conhecido como sistema nervoso entérico. O estresse pode perturbar a função desse sistema, afetando a regularidade e a qualidade das evacuações.
- Produção de Hormônios do Estresse: Em resposta ao estresse, o corpo produz hormônios como cortisol e adrenalina. Esses hormônios podem influenciar a digestão e o equilíbrio de fluidos, contribuindo para a constipação.
- Alterações na Dieta e Hábitos Alimentares: Sob estresse, muitas pessoas tendem a alterar seus hábitos alimentares, optando por alimentos menos saudáveis, ricos em gorduras e pobres em fibras, o que pode levar à constipação. Além disso, o estresse pode afetar o apetite e os padrões alimentares, levando a hábitos alimentares irregulares que podem perturbar a função intestinal.
- Desidratação: O estresse pode levar à desidratação, um fator conhecido por contribuir para a constipação. Sob estresse, as pessoas podem esquecer de beber água suficiente, e a produção de hormônios do estresse pode afetar o equilíbrio de fluidos no corpo.
- Comportamento Sedentário: O estresse muitas vezes leva a um estilo de vida mais sedentário, com menor atividade física. A falta de exercícios pode diminuir a motilidade intestinal e contribuir para a constipação.
- Perturbações no Sono: O estresse frequentemente interfere nos padrões de sono, e uma noite de sono ruim pode afetar o funcionamento do sistema digestivo, incluindo o processo de evacuação.
- Negligência da Necessidade de Evacuar: Sob estresse, as pessoas podem ignorar ou adiar a necessidade de ir ao banheiro, o que pode agravar a constipação ao permitir que as fezes se acumulem e endureçam no cólon.
Controlar o estresse, portanto, é uma estratégia eficaz na prevenção e tratamento da constipação, pois a redução do estresse pode ajudar a normalizar as funções gastrointestinais.
Alimentação e Constipação
Uma dieta inadequada é frequentemente a principal causa da constipação. É crucial entender quais alimentos devem ser evitados e quais devem ser incluídos para promover a regularidade intestinal.
7 Alimentos a Evitar Quando Constipado
- Alimentos fritos: Baixos em fibra e carregados com gordura saturada.
- Carboidratos refinados: Incluem pão branco, arroz branco, batatas fritas, muitas sobremesas e cereais de café da manhã.
- Alimentos com alto teor de sódio. O consumo excessivo de sal pode levar à constipação.
- Carne vermelha: Baixa em fibra e alta em gordura e proteína.
- Produtos lácteos: Podem ser problemáticos, especialmente para pessoas com intolerância à lactose.
- Bananas-verdes: Seu alto conteúdo de amido pode desencadear ou piorar a constipação.
- Álcool e Cafeína: Pode levar à desidratação e agravar a constipação.
7 Melhores Alimentos Para Aliviar A Constipação
- Ameixas e suco de ameixa: Ricos em fibras e conhecidos por seus efeitos laxativos naturais.
- Vegetais folhosos verdes: Como espinafre e couve, ricos em fibras.
- Grãos integrais: Como aveia, quinoa e arroz integrais, que fornecem fibras solúveis e insolúveis.
- Frutas ricas em fibras: Como peras, maçãs com casca e frutas cítricas com o bagaço.
- Leguminosas: Feijões, lentilhas e grão-de-bico são excelentes fontes de fibra.
- Água e líquidos: Essenciais para manter as fezes macias e fáceis de passar.
- kefir: Alimentos fermentados que ajudam a manter um equilíbrio saudável da flora intestinal.
Ajustar a dieta não só pode aliviar a constipação, mas também pode ajudar a prevenir seu reaparecimento. Uma dieta rica em fibras, acompanhada de uma hidratação adequada, é fundamental para manter a saúde digestiva.
Medicamentos Naturais para Quem Tem Constipação
Existem várias opções naturais para tratar a constipação, que podem ser uma alternativa ou um complemento aos tratamentos convencionais.
Opções Naturais:
- Probióticos: Melhoram a saúde intestinal e promovem o equilíbrio da flora intestinal.
- Aloe Vera: Conhecida por suas propriedades laxativas naturais.
- Óleo de Peixe e Ômega-3: Ajudam a lubrificar o intestino.
- Psyllium: Uma fibra solúvel que pode ajudar na regularidade intestinal.
- Água de Ameixa: Naturalmente rica em fibras e sorbitol, um açúcar natural com propriedades laxativas.
É importante lembrar que, antes de iniciar qualquer tratamento natural, é essencial consultar um profissional de saúde para garantir que seja seguro e adequado para suas necessidades individuais.
História de Sucesso: O Caso de Uma Paciente na Casa dos 40
Uma paciente, mulher na faixa dos 40 anos, veio até mim após enfrentar constipação crônica. Ela já havia tentado várias abordagens tradicionais sem sucesso. Ao adotar uma abordagem integrativa e funcional, percebemos que além das questões físicas, fatores emocionais como a necessidade de controle, estresse e ansiedade estavam impactando sua condição. Ela tinha um perfil “A” e tinha dificuldade de abdicar do controle. Ao trabalhar estes aspectos, mudar aluns hábitos e ajudá-la a adotar uma postura menos controladora e mais flexível, vimos uma melhora significativa em seu quadro.
Conclusão
Entender e tratar a constipação intestinal vai muito além de simplesmente aliviar um sintoma; é sobre cuidar do seu corpo e mente de forma integrada. É crucial levar a sério qualquer sinal de constipação e buscar uma abordagem holística para manter uma vida saudável e equilibrada.
A constipação intestinal, apesar de comum, não deve ser negligenciada, pois pode ser indicativo de questões mais profundas e aliviar ou mascarar apenas os sintomas, sem tratar a real causa da questão, pode trazer consequências graves. Uma abordagem integrativa, que considera o indivíduo como um todo — corpo, mente e emoções — pode ser extremamente benéfica na manutenção de uma vida equilibrada e saudável.
Se você ou alguém que conhece está lidando com constipação, não minimize o problema. Encorajo você a buscar ajuda profissional e considerar uma abordagem integrativa para um tratamento eficaz e uma saúde otimizada. Cuidar de si mesmo é um investimento valioso na sua qualidade de vida.
- https://theromefoundation.org/rome-iv/rome-iv-criteria/ ↩︎
- American Gastroenterological Association Medical Position Statement: Guidelines on Constipation
Cited in Scopus: 245
FI 29.4 – GASTROENTEROLOGY 2000;119:1761–1778
G.Richard Locke III, John H. Pemberton, Sidney F. Phillips
https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(00)70023-0/pdf
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